Aids e Hepatites Virais em debate no Nordeste
Aracaju
foi sede do sexto e último encontro para discutir as políticas para o
setor com representantes dos estados, dos municípios e da sociedade
civil
A
ampliação do tratamento da aids, o quadro local das hepatites virais e a
situação dessas doenças na região Nordeste foram os principais assuntos
debatidos no Fórum Regional de Consulta Pública, realizado em Aracaju
(SE), na segunda-feira (28) e terça-feira (29). Promovido pelo
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, o
evento teve como objetivo discutir os rumos da política de enfrentamento
da aids e hepatites virais nas diferentes regiões do país. O evento foi
realizado no auditório do Hotel Prodigy Beach Resort & Conventions
Aracaju (Sítio Tingui, s/nº, Barra
dos Coqueiros).
Nos dois dias, os trabalhos começaram a partir das 8h e se estendeu até às 18:00.
Este
foi o sexto e último encontro realizado pelo Ministério da Saúde com o
mesmo objetivo. Já
foram realizadas reuniões em Curitiba (região Sul);
em Belém (região Norte); em Goiânia (região Centro-Oeste); em Belo
Horizonte (região Sudeste) e Fortaleza (Nordeste II). Participaram do
evento em Aracaju representantes dos Estados da Bahia, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba e Sergipe.
O
fórum reuniu pesquisadores, representantes de movimentos populares e
integrantes das
secretarias municipais e estaduais de saúde dos estados
da região. Durante os dois dias, foram debatidos temas referentes à
aids, como o novo protocolo de tratamento clínico de adultos,
lançado no
Dia Mundial de Luta Contra a Aids, no final do ano passado. O documento
estende o
uso de antirretrovirais aos adultos com testes positivos de
HIV, mesmo estes que não apresentem comprometimento do sistema
imunológico. Os pacientes terão acesso aos medicamentos em todo
o
Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, além do Brasil, apenas França e
Estados Unidos
ofertam medicamento antirretroviral aos pacientes
soropositivos, independentemente do estágio
da doença.
Também
foram discutidas, durante o evento, as estratégias para intervenção
entre populações vulneráveis (homens que fazem sexo com homens – HSH,
gays, profissionais do sexo, travestis, mulheres transexuais, usuários
de drogas, pessoas privadas de liberdade e pessoas em situação
de rua) e
a construção da agenda de trabalho com as ações a serem desenvolvidas
de forma
integrada à atenção básica.
Segundo
o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério
da Saúde,
Dr. Fábio Mesquita, esses eventos são oportunidades para
debater as ações de parcerias na área
de prevenção e testagem. Ele
citou, como exemplos, as inovações tecnológicas e as novas
evidências
científicas, que pautarão as ações do Governo, levando em conta as
realidades
regionais. “A região Nordeste é a segunda onde mais crescem
os casos de aids. Se permanecermos
a fazer mais dos mesmo, vamos
continuar com patamares altos” afirmou o diretor. “Esse cenário
é
inaceitável em um país onde se distribuem os medicamentos de forma
universal e gratuita”, completou.
HEPATITES -
Ações com a atenção básica para a ampliação de acesso ao diagnóstico e
aos insumos
de prevenção às hepatites virais também foram debatidas
durante o fórum. Foram traçadas, ainda, estratégias para simplificar o
acesso ao tratamento das hepatites B e C, assim como o manejo das
pessoas coinfectadas com HIV e aids, além de medidas visando à ampliação
da prevenção, testagem
e oferta da vacina da hepatite B entre
populações vulneráveis.
DADOS REGIONAIS -
Desde o surgimento da epidemia (1980), a região Nordeste registrou
95.516
casos de aids (13,9% do total de casos do Brasil - 686.478 - no
mesmo período). De acordo com o Boletim Epidemiológico de 2013, a região
teve 7.971 casos em 2012 (no Brasil, 39.185 casos da
doença foram
notificados no mesmo ano). Quanto à taxa de detecção, o Nordeste
apresentou, em 2012, 14,8 casos a cada 100 mil habitantes. A taxa
nacional é de 20,2.
Em 2012,
o estado de Sergipe registrou 257 casos de aids; Alagoas, 407; Bahia,
1.826; Pernambuco, 1.869; e Paraíba, 425. Os dados são do Boletim
Epidemiológico HIV/Aids, publicado em dezembro de 2013.
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