Somos livres e leves. Fomos criados
com a mais límpida pureza existencial, fomos gerados em sintonia com a harmonia
cósmica, mas ao nos depararmos com a existência concreta aglutinamos o peso, os
medos, os fantasmas, as incoerências, os absurdos, o caos. Quem permitiu tal
realidade? Quem nos jogou o peso da existência? Quem deve ser responsabilizado
(a) por tal circunstância? Nossas escolhas, ou seja, nós mesmos. Somos os
responsáveis por tais circunstâncias. Não há um culpado, até porque a culpa
engessa nossos sentidos, nossas capacidades; há um responsável, há uma pessoa
que decidiu, que fez escolhas, e, esse somos nós.
Nossas escolhas dizem quem somos e o
que queremos ser, ou no que seremos. Não tem como plantar um lírio e colher uma
rosa, seria o absurdo da natureza. Nem há porque viver do “complexo de Adão”,
temos que nos responsabilizar por nossas escolhas.
Deixamos de ser livres quando o
acidental se torna essencial em nossas vidas, quando o efêmero e passageiro cria
raízes em nossas consciências e corações, condicionando nossas ações e
reflexões. O que nos diferencia dos outros animais é a ética, essa, por sua vez,
faz parte das escolhas que agregamos em nós. Quando escolhemos damos o lugar de
destaque a escolha, ou ao objeto da escolha. E, se algo não sair conforme o
planejado a responsabilidade será de quem? Nossa!
Os
relacionamentos, as “amizades”, os laços, as promessas de amor e de fidelidade
não são duradouros (as), porque com o passar do tempo fomos guardando entulhos
em nós, coisas velhas, fantasmas obscuros, ressentimentos, mortos, que ressurgem
das nossas memórias, ódios, rancores, que habitam nossas almas. Essas coisas
impossibilitam novos e francos relacionamentos, por sua vez, pesam nossas
existências. Tudo isso retira de nós a graça da leveza e a pureza da liberdade,
visto que condicionará nossos novos relacionamentos, novos amores, novas
promessas. Uma coisa é certa: a vida não dará segunda chance. Não tem como
brincar com nossas escolhas, com nossos corações, com nossa liberdade.
Essa reflexão é um convite a
avaliação vital. Suas escolhas estão acrescentando o que em sua vida? Sua
condição atual é a “porta” da felicidade? Os rancores escondidos, em você, mudou
sua realidade? Lembrou-se que só existimos uma única vez?
Caro leitor, nosso maior intuito é
despertar o amor à vida, o amor por coisas que não passam, por situações que não
podem escravizá-lo, por sua liberdade e por capacidade de escolher o
melhor.
Desejo-vos uma leitura ascética.
Tiago Silva de Oliveira
(73) 9138-3970
Licenciado em Filosofia e pós-graduando em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
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