Movimentos LGBT e Negro exigem retratação de Regina Miki

Foi totalmente repudiada pelos movimentos alagoanos, que defendem as minorias, a postura da secretária nacional de segurança pública, Regina Miki Filomena (foto), quando em entrevista a uma rede de TV, na manhã desta sexta-feira (28) afirmou que o Programa Brasil Mais Seguro não tinha prioridade quando o assunto era violência não havendo política diferenciada para opção sexual, etnia e que as mortes de homossexuais não são crimes homofóbicos, mas comuns.

A fala da secretária que acompanha em Maceió o ministro José Eduardo Cardozo e participou da apresentação do balanço da Secretaria de Defesa Social (Seds), provocou a ida de representantes do Grupo Gay de Alagoas (GGAL) e também do Movimento Negro a sede da Ordem dos Advogados do Brasil OAB/AL) onde eles denunciaram o que chamam de preconceito e descaso e exigiram uma retratação de Miki.” Quando apuramos os crimes contra homofobia, verificamos que a motivação não é homofobia, mas, as pessoas morreram por homicídio comum.”

Para o presidente do Grupo Gay de Alagoas, Nildo Correia, “é lamentável a postura da Secretária Regina Miki, ao excluir os grupos comprovadamente mais vulneráveis a violência – LGBT, negros, mulheres, jovens, do programa Brasil Mais Seguro. Estamos exigindo que o Ministério da Justiça reconsidere essas temáticas nas estratégias de enfrentamento a violência no Brasil, pois a secretaria desconstrói toda a fala do Governo Federal, que reconhece a necessidade deste foco nas minorias” afirmou.

O sociólogo Carlos Martins, pesquisador das relações étnicoracinais da UFAL demonstra sua decepção e se manifesta, “a secretária Regina Miki perde uma grande oportunidade de ir à raiz do problema quando nega a existências das especificidades, o que dificulta até na resolução efetiva dos problemas enfrentados por sua secretaria”. E continuou: “Desconfio da competência dessa senhora. Como alguém que se diz especialista em segurança pública não sabe como os crimes às minorias são motivados? Conhecer e reconhecer essas motivações é a primeira coisa que alguém que se afirme gestor público deva saber sob pena de implementar políticas fantasiosas e sem capacidade de resolução dos problemas”, concluiu.


A exigência de retratação teria sido, conforme os representantes do Grupo Gay, foi reforçada pelo fundador do movimento LGBT, Luiz Mott, Para ele, a secretária Regina Miki tem de assumir o erro, acatando a postura da ministra Maria do Rosário que reconheceu a extrema violência nos crimes contra lésbicas, gays, Bissexuais e Transsexuais que comprovam o ódio homofóbico.

Ele desabafou e não mediu palavras. “Agora vem esta cara pálida dizer que são crimes comuns. Tem de se retratar ou ser demitida já. Que a ABGLT, o Conselho Nacional LGBT e os novos comitês contra a homofobia se posicionem severamente exigindo explicações,” declarou Mott.

Fonte: Correio de Alagoas

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