Erros no uso da camisinha podem trazer surpresas desagradáveis


Apesar de ter 98% de eficácia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a camisinha pode não cumprir o seu papel de proteção se for utilizada da maneira incorreta. “Erros na hora de usar a camisinha ou o desconhecimento de como ela funciona é mais comum do que se imagina e pode trazer consequências, como a transmissão de DSTs ou uma gravidez indesejada”, afirma o urologista especializado em andrologia, Francisco Costa Neto, diretor da Clínica do Homem.
Entre os erros mais comuns estão colocar a camisinha somente no meio da relação sexual e tirá-la antes do final; esquecer de deixar um espaço na ponta para o esperma e não procurar por defeitos antes de usá-la. É o que revela um estudo recentemente publicado na revista americana “Sexual Health”. A pesquisa reuniu dados de 50 estudos em 14 países diferentes sobre o uso da camisinha e concluiu que as principais causas para que o método não funcione se referem a falhas no uso e desconhecimento.
Para Neto, este quadro revela uma precariedade na divulgação de informações sobre o preservativo. “Muitos pais ainda tem dificuldades de conversar com seus filhos em casa sobre o assunto. Também é importante não só incentivar o uso da camisinha, mas também realizar campanhas e palestras de educação sexual que esclareçam as dúvidas sobre o seu uso”, pontua o médico.
O especialista destaca ainda a importância e a eficácia do preservativo quando usado corretamente. “A camisinha é uma das formas mais seguras para prevenir a gravidez indesejada e a melhor ferramenta contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis, pois evita o contato direto com os órgãos genitais”, completa.

Confira a lista dos 14 erros mais comuns*:

1. Aplicação Tardia: Entre 15 e 51,1 por cento das pessoas relataram colocar um preservativo após a relação sexual já ter começado. Outros estudos descobriram que a aplicação tardia acontece entre 1,5 a 24,8% das relações sexuais.
2. Remoção precoce: Entre 13,6 e 44,7 por cento das pessoas alegam remover a camisinha antes da relação ter acabado. Outros estudos revelaram que a remoção precoce acontece entre 1,4 e 26,9% das relações sexuais.
3. Desenrolar o preservativo antes de colocá-lo: Entre 2,1 e 25,3% das pessoas relataram terem desenrolado completamente o preservativo antes de colocá-lo.
4. Não há espaço na ponta: Não deixar um reservatório para o sêmen foi relatado entre 24,3 e 45,7% dos pesquisados, dependendo do estudo.
5. Deixar de remover o ar: Quase metade (48,1 %) das mulheres e 41,6% dos homens relataram que o ar não foi retirado da ponta do preservativo.
6. Virando do avesso: Entre 4 e 30,4% das pessoas relataram que desenrolam o preservativo de dentro para fora, depois viram pelo avesso, expondo seu parceiro a fluidos corporais.
7. Falha em desenrolar todo o preservativo: 11,2% das mulheres e 8,8% dos homens tinham começado a relação sexual antes da camisinha ser completamente desenrolada.
8. Exposição a objetos cortantes: Entre 2,1 e 11,2% das pessoas tinham aberto o pacote de preservativo com objetos cortantes, ou de algum outro facilitado para o látex ser rasgado.
9. Não verificação de danos: Enquanto isso, 82,7 % das mulheres e 74,5% dos homens não verificaram danos nos preservativos antes do uso.
10. Nenhuma lubrificação: Entre 16% e 25,8% dos participantes já haviam utilizado preservativos sem lubrificação, aumentando o risco de ruptura.
11. Lubrificação errada: Em 4,1 % das relações sexuais, as pessoas usaram lubrificantes a base de óleo, o que pode degradar o preservativo. Cerca de 3,2% das mulheres e 4,7% dos homens relataram esse erro.
12. Retirada incorreta: Deixar de retirar prontamente e corretamente após a ejaculação foi um erro comum, que ocorreu entre 57% das relações. Cerca de 31% dos homens e 27% das mulheres relataram esse erro.
13. Reutilização do preservativo: Entre 1,4% e 3,3% dos entrevistados na pesquisa haviam utilizado o mesmo preservativo pelo menos duas vezes durante um encontro sexual.
14. Armazenamento incorreto: Entre 3,3% e 19,1% das pessoas nos estudos tinham armazenado preservativos em condições não recomentadas.
Enquanto um preservativo perfeito tem uma taxa de 98% de sucesso na prevenção de gravidez, os erros podem aumentar o risco de deslizamento, ruptura ou falha do preservativo. Aqui estão as taxas desses problemas:
Ruptura: Em diversos estudos, entre 0,8% e 40,7% dos participantes relataram a experiência de um preservativo danificado. Em alguns estudos, a taxa de sexo com preservativo danificado era tão alto quanto, 32,8%.
Deslizamento: Entre 13,1 e 19,3 por cento dos participantes relataram deslizamento de preservativo.
Vazamento: Preservativos vazaram entre 0,4 e 6,5 por cento dos encontros sexuais estudados, com 7,6% dos homens e 12,5% das mulheres relatando uma experiência com preservativo furado.

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