O Senado uruguaio aprovou na semana passada a
legalização do aborto nas primeiras 12 semanas de gestação. O tema, que sempre
gera controvérsias, é discutido há cem anos no país, estima a senadora Mónica
Xavier (foto), da Frente Ampla. Na década de 1930, o aborto chegou a ser
totalmente legalizado. Só em nossos dias, a discussão foi retomada
fortemente.
Em 2008, o Parlamento uruguaio aprovou um
extenso marco legal sobre direitos sexuais e reprodutivos, mas o então
presidente Tabaré Vasquez, mesmo contra o que defendia a Frente Ampla, vetou o
capítulo mais polêmico do projeto: o que permitia a interrupção voluntária da
gravidez com até 12 semanas. “O que queremos é completar a lei de direitos
sexuais e reprodutivos com o capítulo de interrupção voluntária da gravidez”,
afirma Xavier.
Cardiologista, 55 anos, senadora desde 2000
pelo Partido Socialista – uma das muitas “listas” que compõem a Frente Ampla no
complicado sistema partidário do Uruguai – Mónica Xavier milita pela saúde
pública e foi a proponente da lei que descriminaliza o aborto. A dificuldade,
como era de se esperar, é a resistência da Igreja Católica. “Não sei quantas
vezes nos excomungaram, nos trataram como assassinos”, conta.
Mónica ressalta, contudo, que pesquisas de
opinião indicam que a oposição ferrenha é das autoridades católicas, não dos
fiéis. Em entrevista por telefone ao Sul21, ela falou sobre como se deu o
processo de discussão do aborto no Uruguai, que ainda precisa passar pela Câmara
dos Deputados, e defendeu uma separação mais clara entre Igreja e Estado. “Um
país laico como o Uruguai não pode confundir pecado com delito”,
disse.
Leia a entrevista completa no link http://sul21.com.br/jornal/2012/01/%E2%80%9Cpais-laico-nao-pode-confundir-pecado-e-delito%E2%80%9D-diz-senadora-uruguaia-monica-xavier/
Fonte: Sul 21
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