De todos os Santos, encantos e axés a Bahia é um
celeiro de religiosidade e misticismo.
Nosso país é laico, mas a Bahia tem como religião predominante o catolicismo,
matriz religiosa no candomblé e uma invasão espacial de evangélicos. São
aproximadamente 13 mil igrejas evangélicas no Brasil (Sepal, 2004), quatro mil
terreiros de candomblé na Bahia (CEAO) e 365 igrejas católicas em todo estado
(conta a lenda), que juntos estruturam uma das maiores (des)organizações
culturais do mundo.
O Aurélio define religião como “culto rendido à divindade / Fé; convicções
religiosas, crença / Doutrina religiosa / Tendência para crer em um ente
supremo. / Acatamento às coisas santas.” A fé funciona como um ponto de apoio a
existência humana. Crenças e dogmas limitam os impulsos e endemonizam atitudes
que vão contra as boas relações, o respeito à humanidade, os pensamentos
positivos e a caridade.
Somos animais dotados de razão e inteligência (com exceções) que possuem em
si impulsos violentos e egoístas. Estamos dispostos a matar para nos protegermos
e irmos as últimas conseqüências por nossos objetivos, porém… Somos limitados
socialmente pela religião, educação e legislação que em busca da harmonia e
perpetuação da espécie nos põe regras, interdições e medos.
Partindo destas informações poderíamos pensar que na Bahia tudo é na mais
perfeita harmonia! Nem tanto, mas com certeza temos um benefício como nenhum
outro: o sincretismo.
Religioso ou não o baiano come caruru de santo, ouve atabaque na igreja do
Rosário dos Pretos, assiste a lavagem das escadarias do Bonfim e toma banho de
folha no caminho, é batizado, dança de música gospel ao afoxé entre tantas
outras situações que caracterizam o sincretismo de um povo que nem mais percebe
onde começa e onde termina sua fé.
Confesso que me encanto com a dança dos orixás e o toque dos atabaques.
Admiro o fervor evangélico e a tranqüilidade espírita, o poder dos fiéis e o
ritual católico, a filosofia budista e a mistura da umbanda. São tantos os
caminhos para “Deus” e tantas as formas de alcançá-lo que provavelmente em
nenhum outro lugar do mundo uma só rua pode te levar a tantos lugares.
“O medo dos poderes invisíveis, inventados ou imaginados a partir de relatos,
chama-se religião.” Thomas Hobbes
Por Rodrigo Almeida
Em cada caminho uma fé inabalável!
Publicação por: Grupo Contra o Preconceito on 13:24. - No comments
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