Salvador 462 anos de História

No dia 1º de novembro de 1501, uma expedição que saiu de Portugal chegou a Salvador para conhecer as terras descobertas por Pedro Álvares Cabral, no ano anterior. O grupo de navegantes chegou a cidade na data em que se comemora o dia de Todos os Santos no calendário católico e, por conta disso, a baía foi batizada com esse nome. O cartógrafo Américo Vespúcio também estava presente e nomeou os locais descobertos de acordo com os santos dos dias. Boa parte da prata produzida na Bolívia era recebida por um porto que ficava na Baía de Todos os Santos, durante o século XVI. Esse foi o maior e mais importante porto de exportação do Hemisfério Sul. “O local foi escolhido pela localização estratégica, em local alto, e pela facilidade do envio de reforço da Metrópole, em caso de invasão estrangeira, além da excelente navegabilidade da Baía de todos os Santos”, explica o professor de História, Vicente Teixeira.  
Chegada de Tomé de Sousa
Ao desembarcar em Salvador, no dia 29 de março de 1549, o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, atracou suas embarcações na praia do Porto da Barra. Nesse dia, ele fundou a atual capital baiana e, com ordens de Dom João III, Rei de Portugal, fez dela a primeira capital do Brasil e sede do governo português. Quando pisou em terras baianas, ele foi recebido por Diogo Álvares que havia naufragado nas águas da Baía de Todos os Santos em  1509, e foi acolhido por uma tribo de índios Tupinambás. Atualmente, a Barra abriga duas construções daquela época. Os fortes de Santo Antônio e Santa Maria. Alguns anos antes da fundação de Salvador, especificamente em 1536, o primeiro donatário, Francisco Pereira Coutinho, chegou e fundou o Arraial Pereira onde hoje em dia é a Ladeira da Barra.
Nome é referência à religião dos colonizadores
No dia 26 de abril de 1500, quatro dias após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, foi celebrada a primeira missa no país, realizada pelo Frei Henrique de Coimbra. O momento é descrito através da carta que Pero Vaz de Caminha enviou a Dom Manuel I, então Rei de Portugal, anunciando a descoberta da Terra de Vera Cruz (Brasil). Com a chegada de frotas portuguesas com o objetivo de permanecer no Brasil e colonizar os índios, os lusitanos acreditaram que os nativos teriam facilidade em aderir ao catolicismo, porém, se enganaram. O Cristianismo era, àquela altura, a religião oficial de Portugal e da maioria das monarquias europeias, tendo sido, inclusive, utilizado como justificativa para o processo de colonização. É importante lembrar que naquele momento, ainda queimavam-se hereges nas fogueiras da Santa Inquisição. A religião católica chegou ao Brasil junto com a expedição liderada por Tomé de Sousa. Junto com ele, vieram missionários e membros da Companhia de Jesus, chefiados pelo Padre Manoel da Nóbrega.
Geografia favoreceu escolha da capital
A definição de Salvador como sede do governo português aconteceu devido ao fato de a cidade ser localizada no alto, o que facilitava a defesa contra invasões e ataques estrangeiros. Isso fazia da cidade uma fortaleza natural. A princípio, as casas dos portugueses foram construídas com muros de pedras, com a ajuda dos Tupinambás. A localização da cidade-fortaleza foi pensada a partir da facilidade de defesa e de ataque às tropas estrangeiras. Com esse intuito, Tomé de Sousa escolheu a colina acima da enseada da Conceição onde desembarcou.  
Porto da Barra: primeiro povoado
No ano de 1536, antes mesmo da fundação de Salvador, chegou às novas terras o primeiro capitão donatário:  Francisco Pereira Coutinho. Ele foi o fundador do Arraial do Pereira, conhecido também como povoado de Vila Velha, localizado na parte mais baixa da cidade. Atualmente, essa região fica entre o Farol e o Porto da Barra. A cidade foi construída na Vila Velha, mas depois ganhou outras proporções e foi parar onde hoje é o tradicional bairro da Vitória. Como algumas outras capitais do mundo, por exemplo, Atenas, Salvador foi dividida em duas partes: a Cidade Alta e a Cidade Baixa. Após ter fundado o Arraial do Pereira, Coutinho teve um fim trágico. Ele foi morto pelos índios, mas seu acompanhante de viagem, Diogo Álvares, o Caramuru, foi poupado.

 PARABÊNS SALVADOR PELOS 462 ANOS DE HISTÓRIA!

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